Moda plus size

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Quando inventei de fazer blog foi principalmente porque não me identificava completamente com nenhum. Primeiro porque todos eram comandados por meninas magrelas e de corpo perfeito para qualquer tipo de roupa – e elas nunca usavam nada que me inspirasse de alguma forma. Depois encontrei blogueiras gordinhas e me identifiquei um pouco mais. Mas, de novo, as roupas não tinham a ver com o que gosto de usar.

Descobri a Sakina, do Saks in the City, parisiense fina e liiiiinda que faz vídeos para o site da Vogue Itália, vai a encontros de blogueiras plus size em Nova York e coisas assim, sem graça. O blog é escrito em francês e inglês, e ela posta também alguns looks.

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Vi que essa história de blogueiras rondes era tendência na França. Achei a Stéphanie, do Le Blog de Big Beauty. Gosto de ver que ela faz altos trabalhos de modelo, mas o estilo dela é muito exagerado para mim. Sou mais basiquinha.

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Meu terceiro passo na busca pela identificação completa com uma blogueira plus foi com a Lilli, do Frocks & Frou Frou. Ela é australiana, trabalha com moda e posta looks com uma frequência ótima. Gosto de ver o blog dela porque ela tem um estilo fofo,  retrô, pop e romântico, tudo ao mesmo tempo, e é a que mais se aproxima do que eu gostaria de vestir se fosse uma pessoa descoladíssima.

Uma coisa que é legal no Frocks & Frou Frou é que a Lilli não tem medo de errar. Vai no provador e fotografa também o que não serve. Às vezes usa coisas que a deixam bem mais gordinha, em outras usa umas que alongam muito a silhueta. Você consegue observar no correr dos looks as diferenças entre decotes, comprimentos, cores, estampas, materiais e selecionar o que vale a pena testar.

Ela também se aventura na máquina e faz saias e altas coisas. Várias vezes amo o que ela usa, mas várias vezes também acho equivocado. Um vestidinho que marca onde não deveria, um cinto com um coração imenso de plástico como fivela, uma saia mídi com listras horizontais… Mas os acertos me fazem voltar lá.

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Compras

É sempre um martírio sair para fazer compras quando se é tamanho grande. Eu compro em fast fashion, sempre consigo encontrar alguma coisa. Agora, então, tá um pouco melhor, que a Renner também criou um espaço para moda plus size. A C&A sempre teve os “tamanhos especiais” dos quais sempre fugi.

Aliás, fugir de qualquer coisa que me lembre que não visto até 44 (o tamanho máximo que normalmente tem nas lojas) é o que sempre fiz. Por isso não posso ajudar tanto no quesito lojas especializadas.

Sei que, há umas duas semanas, a Eveíza, do Iguatemi, ganhou um formato diferente, não é mais butique com vitrine. É uma loja aberta, que convida a entrar. E eu entrei. Olhei por cima. Achei os preços altos – mas acho que acaba sendo, né? – e nada muito do meu gosto. Faz uns meses, fui na inauguração da Belle Sillouette, que prometia moda colorida, jovem e que fugia dos conjuntinhos de malha. Na verdade, não vi tanta coisa assim.

Há várias outras lojas em Fortaleza, mas não conheço messsss. Mas uma mostra de que as gordinhas estão ganhando espaço no mundo da moda foi um teaser que vi no Dragão Fashion, antes de começar os desfiles: um VT mostrava mulheres de silhueta curvy e trazia a assinatura da Plus Size Fashion Fortaleza, uma semana de moda só pra gente! Não tenho mais informações, mas, assim que souber, aviso por aqui!

Voltando às reclamações, poxa, será que moda plus size precisa mesmo ser voltada para senhoras? Por que não fazer roupas grandes para quem ainda é jovem e ligada em tendências? Será que eu vou ter que criar mesmo minha própria marca de roupas plus?

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A Flúvia Lacerda é tão linda, né?

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Eu sei que a gente nunca tem tantas opções assim na hora de comprar. Mas, agora mais do que nunca, aprendi que, mesmo que eu ame xadrez, não posso comprar uma blusa com estampa aberta demais, senão vou ficar parecendo uma mesa (sim, uma mesa inteira) de pizzaria.

Nosso melhor amigo é o espelho. No meu caso, espelho e marido, que me ajuda muito. Amo sapatilhas, mas me livrei de quase todas que tinha. Saltinhos médios não cansam os pés e fazem a diferença no look, gente, é mágico! Eles alongam a silhueta, claro, mas o efeito maior é na autoestima: quando você sobe em um salto, sua postura muda, e você se sente poderosa. Altivez e autoconfiança são tipo 70% da composição do look e da mensagem que você passa sobre si mesma.

Para a gente terminar a conversa plus – por hoje, porque o assunto rende, né? -, deixo mais duas dicas de blog:

– O novo blog da revista Gloss, o Entre Topetes e Vinis, de moda e beleza, assinado pela linda e fofa Ju Romano.

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– O divertido Fofashions, da Camila Cura, que, além de looks, também faz vídeos e comenta seus achados em lojas de departamento.

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E a pergunta que não quer calar: vocês querem que a gente post looks também?

Alinne Rodrigues

14 comentários

  1. Amei a matéria, sempre tive dificuldade. O incrivél é que quando vc é magra e usa alguma coisa diferente vc é fashion tá na moda, mas quando é gordinha é sem sentido, sem noção, palhaça.
    Sobre as lojas sempre fico com receio de entrar nas botiques, pq nunca acho o número maior, elas definitivamentes não foram feitas para as pessoas acima do peso e as lojas especificas para as gordinhas sempre aquela sensação que estamos mais velhas do que somos nada mais moderno, uma pena.
    Adorei a sua matéria e gostaria sim que postassem os looks.
    beijim

  2. ADOREI A MATÉRIA, ACHO QUE AS GORDINHAS SOFREM MUITO AO IR AS COMPRAS, O QUE É UMA TRISTEZA.
    ESPERO QUE O MERCADO ENTENDA QUE A MODA TEM QUE SER DEMOCRÁTICA, E DAR VEZ A TODAS!

  3. Aline querida eu AMEI a matéria !! Concordo em gênero, NÚMERO e grau com a Herika. É complicado vc entrar em algumas lojas pq simplesmente os looks são derrubadérrimos, altamente cafonísticos parecendo que foram inspirados na tataravó da sua avó (me senti o brega Star falcão falando assim hehehe). Precisamos sim de lojas que valorizem a moda Plus Size, pq siiiiiiiim lojistas ,nós gastamos e muito. Outra coisa que eu tenho vontade de matar é quando encontro uma blusa ou vestido lindinho com o preço bacana, e, quando encontro o mesmo modelo ele tá mais caro só pq é GG (leia-se gostosa gostosa), ah meu faça-me o favor… Agora me respondam meninas: Posso considerar isso bullying contra o meu guarda roupa??? kkkkkkkkk Tô doida pra ganhar uma indenização (alokaaaa!)

    PS: Sim Alinne, por favor post looks tb. Viajo dia 20 para o RJ e quero dar uma renovada nas roupitchas..

  4. Adorei o post. Minha dificuldade é encontrar o corte certo nas peças. Alguns jeans deixam meu quadril parecendo uma broa de milho, um bolo de casamento ou coisa do tipo.
    Só não concordo em uma coisa… Alinita, você é descoladíssimaaaaaaaaa!

  5. Aline simplesmente ameeeeeeeeeeeeeeeeei o post! Nao tenho mais nada pra dizer, pois as nossas amigas dos coments acima disseram tudo /
    Vc sabe que se abrir uma loja Plus Size já tem uma cliente fiel, neh, euzinha!

    Beijo ;*

  6. Gente, vocês têm costureiras amigas de fé? A Isabelle quer fazer um post com costureiras legais, e, pra gente, que tem altas dificuldades, é sempre bom, né? A Nathália tem, não tem?

  7. Parabéns pela matéria! Muito bom ver um espaço dedicado as digamos jovens que vestem 40 e poucos rs. Realmente não tem quem invista neste público em Fortaleza. Não é porque você não é esquálida que não possa estar na moda. Ansiosa aguardando os contatos das costureiras amigas rs Parabéns por não mostrarem o óbvio como tantos blog´s existente por ai.

  8. Achei ótimo o post! Uma loja que costumo ir que tem roupa legal é a Estilo G, que fica na Tibúrcio Cavalcante. Lá tem roupas pra todas as idades, tem vestido de festa, pijama e até maiôs e biquinis plus size. Tem shortinho, vestido, saia. Enfim, me identifiquei demais. Até as vendedoras são gordinhas, ou seja: entendem nosso drama! Claro, tem roupa cara e tem roupa brega tb! Mas tb tem roupa num preço que dá pra comprar. =)
    (Tô ganhando nada pra divulgar, juro! rsrsr)
    Beijos!

  9. Não concordo com o comentário sobre a loja BELLE SILHOUETTE, a loja possui uma variedade muita grande de roupas para todos os estilos e gosto de tamanhos grandes ou se preferi plus size. Foge dos conjuntinhos e tem as ultimas tendências de moda com numeros grandes.

    • Oi, Tristana! Pois é, é como eu disse: fui só na inauguração e não vi muita coisa interessante. Mas isso faz tempo, e cada coleção é uma coleção, né? Não tenho dúvidas que a loja só tenha melhorado do primeiro dia para cá.

  10. Pois eu afirmo o contrário, o menos tem lá é roupa óbvia e ”conjuntinho”. São roupas modernas, coloridas e que mulheres com qq número de manequim poderiam usar, saindo totalmente do clichê ”roupa de gordinha”.

  11. Concordo com a Karine e a Tristana, pode ter roupas para seu “gosto ou estilo”. Mas estivesse na inauguração e obeservei que as roupas eram super modernas e atuais.

  12. MUITO BACANA ESSAS MATÉRIAS SOBRE ESSE ASSUNTO, ACHO QUE DEVERIA TER MAIS INVESTIMENTO NESSA ÁREA, NOVAS LOJAS TAMBÉM DEVERIAM ENTRAR NESSE MERCADO.

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