O sueco é alucinado por natureza. O passeio favorito de muitos deles é caminhar nas florestas, e elas são muitas e até urbanas. A natureza é tão importante na Suécia que eles têm uma lei que diz que todas as áreas verdes são de livre circulação, mesmo que façam parte de um espaço privado, mesmo que fique dentro do terreno de alguém (leia mais aqui). Em linhas gerais, a natureza é de todo mundo, então não existe a preocupação de que alguém vai invadir um espaço pra destruir, porque ele é propriedade e responsabilidade de todos.
Sabendo desse cuidado e desse amor, não é surpresa que a Suécia abrigue o maior zoológico da Escandinávia, o Kolmårdens Djurpark. Desde que soube que ele existia, passei a alimentar aquela vontade quase infantil de querer conhecer desesperadamente. Pra completar, Penélope é alucinada por bicho e grita até com pombo e pardal no meio da rua, imagina essa menina num zoo!
Finalmente fomos fazer essa visita e descobrimos que o Kolmården é muito mais que um zoológico, totalmente diferente dos outros que já havíamos ido antes.
O Kolmården fica próximo à cidade de Norrköping, entre Estocolmo e Linköping (onde moro). Pra chegar lá, pegamos um trem até Norrköping e, na própria estação, um ônibus que nos deixou na porta. O passeio começa com uma subida punk numa montanha. Eles pegaram uma área enorme, fizeram uma grande reserva no meio da floresta e construindo os nichos pros animais.
(Clica aqui em cima pra assistir ao vlog do nosso passeio!)
O abrigo dos linces, por exemplo, é bem mais um abrigo em madeira e vidro super-resistente pra quem está vendo os bichos, que ficam soltos num pedaço de floresta. O mesmo vale para o leopardo das neves.
Não sou especialista em comportamento animal, mas achei os bichinhos à vontade. No zoológico de Buenos Aires, o urso estava claramente estressado, andando de um lado pro outro, sem rumo, confinado, enquanto o urso do Kolmården estava deitado em uma pedra bem alta, de onde nascia uma cascata, numa preguicinha só.
É fácil navegar pelos espaços com o mapa. Tanto há versões impressas em papel quanto em grandes placas, além de tudo ser bem sinalizado: Tiger World, Marine World, savana, animais tropicais... Além da simples “mostra” de bichos, que já é massa, há uma programação bem legal durante o dia todo.
No Marine World, há um show curtinho com focas adestradas e o espetáculo Life, com seis golfinhos. É lindo e emocionante!
No fim da tarde há uma apresentação de aves treinadas também.
Além desses horários, que são os shows, há também a sinalização em alguns bichos com o horário em que vão ser cuidados pelo staff. Conseguimos ver a treinadora alimentando e treinando os lobos, que até parecem cachorrinhos correndo atrás do brinquedo, só que no meio do mato e em uma matilha altamente perigosa, haha!
Pra completar, cada área temática tem brinquedos relacionados. No Marine World tem a barca pirata e uma montanha-russa em forma de golfinho. Ah! Lá também tem uma praça de alimentação bem fofinha e com comida barata (mas não muito boa).
Por fim, tem ainda o sonho de toda criancinha sueca: o mundo do Bamse! Bamse é um ursinho personagem superclássico aqui, e o Kolmården tem um parquinho temático dele, com a casinha pra visitar, o cenário do desenho animado, brinquedos de parque de diversão personalizados (tipo a xícara maluca, mas em formato de pote de mel) e um teatrinho com apresentação dos personagens Carreta Furacão style em dois horários.
Sendo assim, o Kolmården tem zoológico, show de bichos aquáticos, show de aves, várias montanhas-russas, uma versão sueca do Parque da Mônica e ainda não acabou: é também SAFÁRI, com uma área enorme onde os bichos simplesmente vivem e por onde a gente passa num bondinho suspenso. Já pensou?
São 20 minutos de uma vista incrível e da mais divertida busca pelos animais na floresta. Vimos ursos, leões, girafas, zebras, alces, além de ser uma delícia o passeio no bondinho. É caro? É. Mas vale muito, muito, muito a pena ir!
Ah! Pra finalizar, dúvidas que tive antes de ir e dicas que descobri na marra:
- O ingresso do parque vale para todas as atrações, até para o show dos golfinhos. Existe, no entanto, a possibilidade de comprar um assento reservado pra sentar na primeira fileira
- O zoológico não fica aberto o ano inteiro. A temporada encerra quando começa a ficar frio demais, o que aconteceu neste último fim de semana de outubro, e volta a abrir na primavera
- O Kolmården não é só feito de animais da fauna escandinava, então é necessário proteger os bichos durante o inverno, que é longo e rigoroso. Eles possuem abrigo aquecido, mas podem circular livremente pela neve graças a casacos feitos sob medida pra cada um
- O ingresso é caro, mas, se você já visitou ou for visitar outro parque temático da Escandinávia, pode conseguir até 30% de desconto ao ir para outro. Por exemplo, se você for ao Tivoli, em Copenhagen, ou ao Gröna Lund, em Estocolmo, é só cadastrar o ingresso no site e ganhar o abatimento no ingresso pro Kolmården
- Vá preparado pra andar, preparado pra chuva, pro frio ou pro calor. Leve comida e água! O passeio é pra um dia todo e, apesar de bem equipado e com áreas pra piquenique, nem sempre elas ou os restaurantes vão estar no seu caminho na hora da fome
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Que saudades desse lugar maravilhoso Aline, enquanto estava lendo, revivi momentos incríveis que tivemos lá… Obrigada por esta matéria linda🙏🥰