Briga de mulher e o feminismo

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A gente e a fofa da Mileide Mihaile

Quem é de Fortaleza deve estar sabendo da situação que rolou entre o cantor Wesley Safadão e sua ex-mulher, a empresária Mileide Mihaile. O milionário, que cobra em torno de 600 mil reais por show e faz sei lá quantos shows por mês, pediu para diminuir o valor da pensão alimentícia do filho que tem com Mileide. A história acabou tomando vários rumos, entre eles uma entrevista dela para a atriz Antonia Fontenele, na qual conta com detalhes tudo o que passou e ainda passa com o ex-marido.

Tudo bem, isso vocês já sabem, mas o que anda me incomodando muito é o fato de que muita gente resolveu transformar uma briga sobre pensão alimentícia e assuntos relacionados ao ex-casal e seu filho, em uma disputa entre a atual e a ex-mulher de Wesley Safadão. Sem entrar no mérito de traição ou caráter dos envolvidos, o que importa aqui é que essa situação não é sobre duas mulheres, mas as pessoas insistem em perguntar quem é “time Mileide” e “time Thyane”, como se fosse tudo uma questão de “recalque”.

Matéria sobre briga entre mulheres no restaurante Porpino

Isso me lembra várias outras situações, como a famosa briga que aconteceu também aqui em Fortaleza, no restaurante Porpino Burger, onde duas meninas brigaram, supostamente por causa de uma batata frita. Eu nem olhei vídeo nem ouvi áudio disso, porque simplesmente estava ~muito indigada~ com tudo. As pessoas ao invés de separarem as meninas estavam filmando tudo e depois teve todo tipo de repercussão, inclusive várias meninas auto-intituladas feministas brincando com o assunto e fazendo teste para saber qual das duas era.

Briga icônica na novela Celebridade

Fora isso, toda novela da Globo tem uma briga de tapas entre a “vilã” e a “mocinha”, que é nos últimos capítulos e todo mundo se sente extremamente vingado. Um dia desses teve uma dessas e lembro do bafafá que foi, minha gente!!!! É ridículo!

Quando a gente fala de empoderamento feminino, de elas por elas, de empatia e de SORORIDADE, é também sobre isso. Sobre não incentivar briga de mulheres, sobre não transformar uma decisão jurídica sobre pensão alimentícia em briga de mulher.

Série “Glow” da Netflix mostra sororidade de verdade

Vou trazer como exemplo uma série da Netflix chamada “Glow”, que comecei a assistir porque o trailer é incrível, mas admito que nos primeiros episódios fiquei muito passada e quase desisti, mas sou teimosa e quando começo uma série é muito difícil de não terminar – também porque os figurinos são incríveis.

No começo a protagonista faz um monte de merda, entre elas uma muito grande – sem spoilers, ou não tantos – com sua melhor amiga e acaba tendo uma grande briga com ela, dentro de um ringue de luta livre. A série traz algo extremamente machista como plano de fundo, que é a luta livre entre mulheres – seminuas, obviamente – mas o que mais cativa é a união real entre essas mulheres. Um grupo extremamente diverso, que tem seus problemas em alguns momentos, como qualquer grupo de pessoas, mas na maior parte do tempo demonstra um espírito de união e apoio mútuo que TEM QUE SER O PADRÃO entre as mulheres!!!

Outro exemplo maravilhoso é o da série “Orange is the new black”, também da Netflix, que em um momento – também sem dar spoilers – todas as detentas se juntam e esquecem suas diferenças em prol de uma causa maior.

Mais uma referência legal é o vídeo da Joutjout que saiu ontem, deixo aqui caso queiram ouvir a explicação dela de porque precisamos da sororidade e como pratica-la.

Esse texto é principalmente pra gente refletir sobre como nossas ações estão conversando com nossos discursos, e sobre, mais uma vez, feminismo e sororidade, porque nunca é demais falar sobre isso, certo?

E você, já #militou hoje?

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